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segunda-feira, 15 de julho de 2019
CAI A MENTIRA DE ROMA - SÓ TEMOS A BÍBLIA GRAÇAS À IGREJA CATÓLICA?
Propaganda enganosa papista
Uma antiga teima entre católicos e protestantes reacendeu-se recentemente a partir de um vídeo postado no you tube em que o bispo Dom Henrique Soares da Costa declara que o erro dos protestantes é colocar a Bíblia acima da Igreja, o que foi prontamente replicado pelo pastor Silas Malafaia. O debate teológico já teve tréplica e contra-tréplica e reaquece a impressão de que se trata de um exercício inútil e interminável de retórica, no qual não há vencedores e nunca se chegará a um denominador comum.
Pois bem, investigando os argumentos católicos por diversos apologistas de Roma, encontrei um do padre Paulo Ricardo que por incrível que pareça possui o mérito dos fatos. Ele diz que não vê motivo de se polemizar uma posição que a Igreja Católica defende há tanto tempo. E é verdade! Principalmente desde a Contra-Reforma, no século XVI, diante do avanço do protestantismo, o catolicismo romano sustenta com unhas e dentes que a Igreja está acima da Bíblia, pois a interpretação desta depende exclusivamente de seu Magistério. A antiguidade dessa afirmação é verdadeiramente um fato; fato não é que devemos à Igreja Católica a Bíblia, como diz a imagem que introduz este artigo. É pois o que vamos abordar aqui.
O que de fato é a Igreja: o primeiro grande erro por trás dos sofismas católicos
O catolicismo romano entende a Igreja como uma organização hierarquizada que vai desde o fiel até o papa. Essa organização subsistiria linearmente no tempo através de uma ligação ininterrupta com Jesus através de Seus apóstolos e de seus sucessores imediatos, os bispos. Isto é chamado de "sucessão apostólica" e é um dos motivos pelos quais a Igreja Católica diz ser "a única, verdadeira e original Igreja de Jesus Cristo fundada sobre São Pedro, o primeiro papa".
Para dar uma aparência de legitimidade a esses pressupostos, o romanismo aponta na Bíblia (Mt 16.18) e na Patrística (escritos de bispos que viveram entre o II e o III séculos, chamados "Pais apostólicos") supostos subsídios que comprovariam suas afirmações. Porém quando vamos averiguar tais subsídios, vemos que eles não passam do que chamamos de mito de origem e metanarrativa.
Primeiro, no texto do evangelho de Mateus referido acima, o termo grego ekklesía transliterado "igreja" em português, nunca diz respeito a uma organização, mas a uma assembleia de cidadãos convocados especialmente para uma demanda ou discussão. Esse é o conceito original de ekklesía no contexto da sociedade greco-romana. Então, igreja não tem a ver com uma organização permanente - até porque as assembleias no mundo greco-romano eram feitas e desfeitas. Ela tem a ver com pessoas. Daí a posição protestante e evangélica de que "igreja" no âmbito do NT é um organismo vivo (1 Co 1.2; 16.19; 1 Pe 2.5). Já a alegação católica de que Jesus teria fundado Sua Igreja sobre a autoridade apostólica de Pedro e que este teria sido o primeiro papa, não nos deteremos nela agora para não perdermos o foco. Basta citar textos como At 4.11 e 1 Pe 2.4,6 para termos absoluta certeza de que a Pedra da resposta de Cristo não é Pedro, mas Ele mesmo (o próprio Cristo).
Em segundo lugar, parecerá até pueril, mas Jesus não diz "minha igreja católica" e ainda por cima "romana"... A Igreja é católica, ou seja, universal abrangendo todos os povos (Hb 12.23), mas ela não nasceu católica e sim se tornou católica. No começo ela estava restrita ao âmbito judaico, pois os primeiros cristãos eram judeus. Depois, com a chegada do Evangelho a Samaria e principalmente a Cesareia (At 8.14; 10.1-34), a Igreja foi se universalizando, tornando-se "católica". Um dos mitos que está por trás dos argumentos católicos-romanos é o de que quando um pai apostólico usou o termo - carta de Inácio aos erminenses 8.2 ("Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica"), este estaria se referindo ao sistema católico-romano tal qual nós conhecemos hoje. Porém Inácio foi bispo em Antioquia da Síria entre 68 e 100 ou 107 d.C., quando o catolicismo romano sequer existia. O sistema católico-romano foi se desenvolvendo gradualmente a partir do II século justamente por meio da hierarquia, mas muitos historiadores creditam como primeiro desvio doutrinário a introdução do batismo infantil. Assim, ser "católico" antes do Concílio de Niceia, em 325, não equivalia a ser "católico-romano".
O que acontece nas apologias romanas é uma apropriação indébita do termo "católico". Tais apologistas como o padre Paulo Ricardo presumem que Roma patenteou o uso desde o I século, quando na verdade foi a partir do imperador Constantino, no IV século, que a igreja estatal apropriou-se do termo. Há um sofisma do mesmo padre acima dizendo que nós "protestantes" imaginamos que logo depois de fundar a Igreja, Jesus foi ao cartório e registrou a mesma recebendo um CNPJ. Ora, isso é um sofisma do sofisma! Primeiro que nenhum evangélico ou protestante suficientemente esclarecido jamais pensou num embuste argumentativo desses. Quando um evangélico de conhecimento, no mínimo médio, pensa em Igreja, pensa da mesma forma que Jesus pensou, ou seja, num organismo vivo composto de pessoas. No caso, o homem da batina preta formula esse tipo de raciocínio insano (que é só dele!) porque sabe que o epíteto "romana" veio muito depois. A Igreja de Cristo nasceu de fato apostólica, tornou-se católica, mas jamais foi romana. Aliás, como alguém já disse sabiamente: se a Igreja era católica (universal), não poderia ser concomitantemente romana. Ou ela é universal (católica) ou é apenas local (romana). No caso, quando se trata do conjunto universal de salvos e regenerados, a universalidade exclui a regionalidade. Então, quando algum sacerdote ou pseudo-apologista romano perguntar: que Igreja Jesus fundou em Mt 16.18? Podemos e devemos responder: a sua igreja é que não foi, pois Ele não a fundou sobre Pedro,mas sobre o testemunho dos apóstolos (dos 12) e dos profetas sendo Ele a mesmo a Pedra principal (Ef 2.20). A sua igreja (a dos padres e papas) é até de certa forma católica, pois está presente no mundo todo, mas nunca foi apostólica, pois suas práticas e dogmas contradizem frontalmente a pura e verdadeira doutrina apostólica. Agora, "romana" ninguém pode negar, pois todas as suas heresias e falsas doutrinas são reminiscências do velho paganismo de Roma que os seus patronos, os imperadores lograram patrocinar. Somos, protestantes e evangélicos, não sucessores de uma organização litúrgica morta e cerimonialmente vazia, mas co-herdeiros da mesma Igreja e participantes da mesma promessa em Cristo pelo Evangelho (Ef 3.6).
Como então protestantes e evangélicos subsistem sem a sucessão linear?
Pra começo de conversa, já deixei implícito que a dita "sucessão apostólica" no catolicismo é balela, papo furado, conversa fiada, outro conto do vigário. Primeiro que Jesus nunca disse "onde estiverem dois ou três bispos sucessores dos meus apóstolos, aí está a minha Igreja". Disse sim "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18.20). É claro que isso não inclui as seitas heréticas, pois elas se reúnem no nome de seus fundadores e sob sua doutrina.
Segundo que o sistema católico-romano nasceu oficialmente em 325, no Concílio de Niceia, sob direção de Constantino, um pagão que fez-se "cristão", mas no fundo era henoteísta (afirmação minha).
E terceiro: os bispos do II e III séculos eram "católicos", mas não católicos-romanos.
Embora o Evangelho tenha chegado até nós por meio de uma certa tradição mantida pelos que nos antecederam, isso só foi possível pelo empenho missionário de homens de Deus que se doaram por Cristo e não pela sucessão católica de seus padres e bispos. Se dependêssemos destes, nunca teríamos conhecido o verdadeiro Evangelho e nem o único Senhor e Salvador: só as heresias e desvios doutrinários de Roma.
A Igreja Católica antecede e é responsável pela Bíblia? Está mesmo o romanismo acima das Escrituras?
Ainda sob o calor das discussões entre o bispo Dom Henrique Soares e o pastor Silas Malafaia, o padre Paulo Ricardo, da arquidiocese de Cuiabá, no Mato Grosso, assevera que o "erro" de lógica de Silas Malafaia é teorizar que sendo Jesus a Palavra de Deus, Ele é anterior à Igreja e mais importante do que esta. Daí ele conclui que para os católicos, a Palavra de Deus não se resume a um livro, mas é, antes, uma Pessoa e esta Pessoa (Jesus) não deixou nada escrito. Coube então aos Seus apóstolos começarem a escrever algo depois de quase 20 anos após Cristo ascender aos céus. Durante esse período então, a Igreja dependeu exclusivamente da tradição, já que não havia ainda o NT. Posteriormente, com a profusão de livros apócrifos e falsos escritos que se misturavam com os livros canônicos (inspirados), foi somente por intermédio dos concílios de bispos católicos que se chegou a uma precisão de quais livros eram autênticos, no caso os 27 que temos hoje no NT de nossas bíblias. Destarte, se os protestantes e evangélicos têm hoje uma Bíblia, devem isso à Igreja Católica que não só decidiu sobre os livros verdadeiramente canônicos, mas os copiou através de seus monges, preservou-os e ainda dividiu-os em capítulos e versículos. Só falta o padre dizer que temos de rezar 150 ave-Marias e acender velas...
Desmascarando as mentiras de Roma
O fato de Jesus não ter escrito uma só linha não abre exceção para a tradição católica, pois é isso que o sacerdote romano quer ensejar com tal argumento. Jesus não veio escrever livros, Ele veio salvar o mundo de seus pecados (Mt 1.21). Seu ministério terreno era tríplice: ensinar, pregar e curar (Mt 4.23). Então, Ele não escreveu nada para que dEle se escrevesse (Jo 21.25; Rm 15.4). É verdade que o primeiro livro do NT escrito foi a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses, por volta de 50 ou 52 d.C. e que nesses 20 ou 22 anos, a igreja cristã sobreviveu sem nenhuma norma doutrinária escrita. Contudo, o referido padre esqueceu de dizer que antes disso alguns dos apóstolos, principalmente Pedro, Tiago e João, as colunas da Igreja, ainda estavam vivos (Gl 2.9). Quer dizer, mesmo sem o NT, os cristãos primitivos não dependeram coisíssima nenhuma de tradição, muito menos católica, embora a transmissão oral fosse o meio de se propagar o que os apóstolos ensinavam. A Igreja Católica depende hoje de uma tradição escrita para fundamentar suas doutrinas, a igreja primitiva dependeu diretamente dos apóstolos, ou seja, diretamente da revelação divina e, como o padre sofismou, de nada escrito. A diferença é que a Tradição católica não é e nunca foi linearmente Palavra de Deus, mas palavra de homens, que algumas vezes defendiam e ensinavam doutrinas bíblicas, mas em outras vezes estavam em desacordo e até ensinaram heresias, como Tertuliano e Agostinho.
Quanto ao raciocínio de Malafaia de que a Palavra antecede a Igreja, pois a Palavra de Deus é Cristo (Jo 1.1), ela não é incorreta, mas é imprecisa no contexto do debate. O tema em questão é a Palavra escrita, a Bíblia Sagrada. A Igreja em certo sentido, como vimos, antecede à Palavra escrita. Mas não é a Igreja que normatiza a Bíblia e sim a Bíblia que normatiza a Igreja, assim como os constituintes brasileiros de 1988, embora tenham nascido antes da Constituição por eles elaborada passaram a ter a sua vida regida por ela a partir de quando esta entrou em vigor. Paulo escrevendo sua Segunda Carta a Timóteo, diz:
"Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra" (2 Tm 3.16,17).
Se esse "homem de Deus" representa a Igreja nesse contexto, então quem claramente julga quem?
Quando os apologistas católicos dizem que a Igreja antecede a Bíblia, eles querem dizer que a igreja primitiva era a Igreja Católica, mas como já mostramos, a Igreja Católica não é a Igreja de Jesus. A Igreja Católica é organizacional; a Igreja de Jesus é orgânica. A Igreja Católica tem Pedro como sua pedra e fundamento; a Igreja de Jesus tem Ele próprio como Pedra e fundamento. A Igreja Católica passou a existir oficialmente a partir de 325; a Igreja de Jesus nasceu por volta do ano 30 no dia de Pentecostes e assim vai.
Mas os concílios católicos definiram o cânon da Bíblia
De acordo com o apologista e escritor cristão Norman Geisler, os concílios de Roma (392), Hipona (393) e Cartago (397) não definiram a canonicidade das Escrituras; o que realmente ocorreu foi um reconhecimento, uma ratificação - no caso em questão dos 27 livros do NT. Embora tenha havido de início dúvidas sobre a autenticidade apostólica de alguns deles (caso de Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse) devido à profusão de apócrifos e dos chamados pseudoepígrafos, fato é que a igreja apostólica e pós-apostólica em sua maioria já aceitava tais escritos como inspirados. Um dos toscos argumentos utilizados, sobretudo, pelo padre Paulo Ricardo em sua apologia à tradição de Roma é que nós protestantes achamos que "a Bíblia caiu de paraquedas do céu, com zíper e tudo...".
Ora, o padre parece que além da vocação sacerdotal tem vocação para comediante...
A Bíblia enquanto registro literário da revelação divina não caiu do céu, mas o seu conteúdo sim (2 Pe 1.21). Assim, ela não precisou de "paraquedas", mas da ação sobrenatural da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade a qual o batinado, de certa forma renega, transferindo para um concílio de homens realizado três séculos depois a meritocracia que é do próprio Deus (Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.13).
Realmente a Bíblia não caiu do céu com zíper e tudo, mas a Igreja Romana para ocultar suas heresias, sem zíper, a fechou, para somente no século XVI os protestantes a reabrirem e devolverem-na ao povo.
Como bem observado pelo apologista Lucas Banzoli em seu site "Heresias Católicas", os "concílios" citados de Hipona e Cartago não passaram de sínodos locais sem força ecumênica (não abrangente a toda a igreja universal e nem mesmo foram realizados pela igreja romana, já que se deram no norte da África), por isso não servem como argumento para fundamentar a tese católica de ter sido a Igreja Romana a responsável pela canonização da Bíblia.
Tal pressuposto é um ultraje à soberania do Espírito Santo, pois de acordo com o próprio Senhor Jesus, o Segundo Consolador seria enviado para ensinar, lembrar o que Jesus ensinou, testificar do Filho, guiar a Igreja em toda a verdade, transmitir o que o Pai e o Filho designaram e anunciar o que estava por vir. Somente na enumeração dessas funções está englobada toda a atividade de prover a revelação do que viria a compor o NT. Só que assim como o catolicismo romano, na prática, retira o papel mediativo de Cristo (1 Tm 2.5) e o transfere para seus sacerdotes, ele retira a exclusividade do Espírito Santo como canal da canonicidade e a transfere para a igreja. Isso é uma usurpação blasfema!
A igreja primitiva foi a única a receber evidência de primeira mão e a ser testemunha ocular da autenticidade dos livros do NT, como diz o Dr. Geisler. Ela não causou o cânon, ela foi testemunha da autoridade apostólica que o Espírito Santo confirmou em seu coração. Seria impensável a verdadeira Igreja de Jesus sobreviver três séculos somente do disse-que-disse da tradição católica para então finalmente no IV século ter a confirmação: são só 27 livros que foram inspirados por Deus, mesmo... Seria o mesmo que você passar quatro ou cinco anos cursando uma faculdade sem ter certeza da legitimidade da grade curricular pelo MEC.
A igreja primitiva nunca dependeu de concílios humanos para discernir se um livro do NT era autêntico ou não. Prova disso é que já nos anos 60 do I século, Pedro já reconhecia os escritos de Paulo como Escritura (2 Pe 3.15,16). E não foi preciso nenhum concílio de homens para o apóstolo-pescador chegar a tal conclusão. Então, a estória de que a Igreja Católica foi que definiu o cânon da Bíblia (em especial o do NT) é lorota, engôdo, sofisma, papo-furado, conversa pra boi dormir, ou melhor, ração pra gado. E como os católicos gostam de ser gado! Oh, vida de gado. Povo marcado, eh! Povo feliz! Como diria Zé Ramalho.
A Igreja Católica copiou e guardou a Bíblia...
A Igreja Católica copiou é meia-verdade; que guardou a Bíblia é uma verdade inteira!De fato, muitos monges católicos copiaram as Escrituras, mas se é para dar-se os créditos com justiça, os tais têm de se estender também à Igreja Ortodoxa (o catolicismo oriental grego), pois não houveram monges somente na igreja ocidental. Contudo, é do conhecimento de qualquer aluno do ensino médio que os mosteiros surgiram no início da Idade Média porque muitos clérigos desejavam viver uma vida mais piedosa, o que o chamado clero secular já não oferecia, devido à corrupção moral da igreja estatal. O surgimento dos monastérios foi de certa forma uma ruptura com a igreja oficial, tanto que os tais tinham suas próprias regras sem obedecer efetivamente a bispos e papas. Assim, não é totalmente verdade que a Igreja Católica copiou a Bíblia, pois seus monges que assim fizeram tinham pouca ligação com o clero oficial e, dado os monastérios terem a sua localização fora do âmbito das cidades (em geral, nos desertos), as cópias produzidas por estes quase nunca saíam de lá e muito dificilmente alguém iria até lá consultá-las.
Agora, que Roma guardou as Escrituras e as guardou literalmente ao ponto de proibir sua produção e leitura em 1229, no Concílio de Tolosa, é fato irrefutável! No entanto, sites de apologética católica como o "Cai a Farsa" - com o pretensioso subtítulo de "Desmascarando o Protestantismo" - alega num non sense total que a proibição, na verdade não foi uma proibição, já que não haviam ainda bíblias impressas e a maioria do povo não sabia ler. Se o povo não sabia ler, como a Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia? Argumentam. Desse modo, o concílio não teria proibido a sua divulgação e leitura, mas a tradução e divulgação em língua vernácula. E a razão para isso foi a heresia dos cátaros ou albigenses, grupo que desprezava a hierarquia e o sacerdócio romano e que por isso foi exterminado pelo sanguinário papa Inocêncio III.
Há, como sempre, armadilhas argumentativas do lado papista. Se é verdade que o povo leigo era iletrado, é verdade também que a igreja romana nunca teve interesse de divulgar a Palavra de Deus aos seus ignaros fiéis. O romanismo dominou o saber medieval e, como se sabe, pesquisando um pouquinho, as bibliotecas estavam ligadas ao monasticismo católico, tanto o ortodoxo quanto - e principalmente - ao romano. Se é um fato que o analfabetismo era uma realidade social daquela época, fato também é que a igreja papal, mesmo com todo o seu poder, prestígio e influência, pouco ou nada fez para reverter esse quadro. Era do interesse do clero e, em especial, dos papas sedentos de poder que o povo assim permanecesse, pois era mais fácil de dominar suas mentes e almas.
Nesse caso da proibição em Tolosa, a fratura exposta deixa ver que a Bíblia era uma peça de decoração na famigerada teologia papista, lida (em latim) somente para dar uma aparência "cristã", por exemplo, à liturgia da missa e da eucaristia, que na verdade tinham sua fonte de prática no velho culto canibalista do mitraísmo. Quer dizer, as Escrituras estavam reservadas mormente ao clero e este no seu suposto direito divino de interpretá-las ocultou suas heresias e desvios aos olhos da plebe.
Porém, como outros grupos anticatólicos como os donatistas, os anabatistas ou os valdenses, os cátaros ousaram interpretar a Bíblia diferentemente do Magistério católico e também pagaram com suas vidas. Estima-se entre 38 e 60 mil mortos e, pasmem, entre eles até padres católicos, pois os 20.000 cavaleiros armados do papa não tinham como discernir quem era quem quando invadiram a cidade. Indagado do papa como seu exército diferenciaria os "hereges", ele cinicamente como todo tirano, respondeu: "Matem todos eles; Deus reconhecerá os Seus.". Seria essa a verdadeira igreja de Jesus? Seria mesmo esse o "substituto" de Cristo na terra?
Todavia, outros sites católicos em defesa da "santa madre igreja" como o Cléofas, dizem que essa proibição foi temporária, regionalizada e não abrangente à igreja universal. Porém o seu proponente, o professor Felipe Aquino, deve ter esquecido de dizer que essas proibições foram constantes como em 1559 por Paulo IV, em 1664 e em 1824 na Encíclica Ubi Primum, na qual o papa Leão XII chama as Sociedades Bíblicas de pestes por divulgarem sem nenhuma censura os Ensinos Sagrados. Ainda assim, algum papista sem-vergonha pode sofismar que a proibição era das edições protestantes na língua comum do povo e não no latim. Ora, isso não deixa de ser uma proibição e uma total desonestidade intelectual da igreja desviada. Se o povo leigo não sabia nem ao menos ler, poderia entender a leitura feita pelos padres numa língua morta como o latim? E se a permissão de Roma concernia somente a Vulgata de Jerônimo, que referenciais a plebe teria se a Bíblia foi escrita originalmente em hebraico e grego? A igreja papista assim desejava pelos motivos já expostos aqui: manter o povo na escuridão e inteiramente cativo aos seus vis ditames.
Mas foram católicos que não só dividiram a Bíblia em capítulos e versículos, mas foram os primeiros que a imprimiram em língua vernácula...
É verdade que o arcebispo da Cantuária (Inglaterra), Stephen Langton foi quem dividiu as Escrituras em capítulos por volta do ano 1226 e que Robert Stienne, um editor e impressor católico de Paris foi quem as dividiu em versículos, em 1551. Entretanto, os apologistas católicos usam esse fato para reforçar a tese de que "a Igreja é mãe da Bíblia", pois não somente definiu o seu cânon como legou aos cristãos (inclusive nós protestantes) a facilidade de lê-la e manuseá-la. Será? Como diriam os jovens hoje "só que não!".
Antes de Langton, os judeus já dividiam o AT em sistemas por eles criados como o Sedarim, o Perashyyot e Pesuquim. No caso do NT houveram tentativas como o Canones Eusabiani, de Eusébio de Cesareia (265-339 d.C.) muito tempo antes do arcebispo católico-romano. Agora, será que o chaveiro que fez a chave da sua casa tem por isso autoridade para entrar nela e fazer o que quiser? Assim, embora Langton tenha sido um sacerdote romano, ele não dividiu a Bíblia em capítulos por determinação da igreja católica, pois esta pouco ou quase nada se importou com as Escrituras. O mesmo se deu com Robert Stienne, apesar de católico-romano. Ao traduzir o NT diretamente do grego, ele acrescentou-o críticas filológicas em notas de rodapé que até contestavam certas interpretações do magistério romano. Mais tarde foi acusado de heresia e foi perseguido pelas autoridades católicas, tendo que fugir de Paris indo se refugiar em Genebra, na Suíça. Embora realmente tenham sido católicos os divisores da Bíblia em capítulos e versículos, quem popularizou e legou ao mundo cristão esse trabalho tão útil para nós hoje em dia foram os "malditos" protestantes. Em 1560, a Bíblia de Genebra, considerada um dos baluartes da Reforma foi publicada e por trazer a divisão em capítulos e versículos propagou essa utilíssima medida para outras versões clássicas como a King James (Versão do Rei Tiago, em inglês), de 1611, e a de João Ferreira de Almeida em português, de 1681.
O mesmo vale para a premissa de que foi a Igreja Católica que publicou pela primeira vez uma bíblia em língua vernácula, a Bíblia em alemão de Johannes Gutemberg, o pai da imprensa moderna, entre 1453 e 1456. Gutemberg publicou a sua bíblia sendo ela um projeto particular e não uma ordem da Igreja Católica; Gutemberg era um gráfico e impressor e não papa, bispo ou padre. É de se ressaltar que a sua obra contribuiu decisivamente para a Renascença, a Revolução Científica e a própria Reforma Protestante que desferiram um golpe mortal no monopólio religioso, cultural e científico do catolicismo romano. O mundo saiu do obscurantismo religioso de Roma e da "Idade das Trevas" graças à propagação da Bíblia, legado do protestantismo e não da Igreja Católica Romana. Se hoje temos a Palavra de Deus em mãos, esse mérito é primeiramente do próprio Deus (1 Pe 1.25) e em segundo dos missionários e baluartes do protestantismo que em sua incansável luta nos legaram a Verdade Que Liberta, Cristo Jesus Nosso Senhor e Salvador! (Jo 8.32).
Fontes usadas por este autor:
Impressas
PERES, Alcides Conejeiro. O Catolicismo Romano Através dos Tempos. Rio de Janeiro: JUERP, 1995.
STEFANO, Gilberto. A Origem: Descrevendo a Histórias dos Batistas, dos Católicos, dos Protestantes e dos Pentecostais. 2ª Edição. Ourinhos: Edições Cristãs: 2006.
Meio eletrônico
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HINDUÍSMO, 3° MAIOR RELIGIÃO DO MUNDO EM NÚMERO DE SEGUIDORES
FUNDADOR: não possui um fundador histórico. Na verdade, não se tem conhecimento de quem ou quais personagens teriam iniciado suas principais práticas.
O QUE É EXATAMENTE? O Bramanismo é mais que simplesmente um sistema religioso, é toda uma cultura extremamente antiga e profundamente arraigada à vida de todos os indianos, em qualquer época. Alguém já definiu-o como uma selva de luxuriante vegetação na qual perde-se em plena luz do dia. O Bramanismo subdivide-se em milhares de seitas chamadas SAMPRADAIAS cuja subsistência não obedece a um padrão formal universal e único. Apesar de possuir gurus, mestres, suamis e sadus, não possui hierarquia sacerdotal nem teologia definida. Vasto e complexo para a nossa mentalidade ocidental, o Hinduísmo caracteriza-se por uma série de "não tem".
ESCRITURAS SAGRADAS: Os VEDAS, uma coletânea de orações e hinos conhecidos como Rig-Veda; Sama-Veda; Iajur-Veda e Atarva-Veda. Há ainda os Brâmanas, os quais tratam da realização dos rituais e sacrifícios, tanto domésticos como públicos. Já os UPANICHADES, também conhecidos como VEDANTAS, contêm a razão de ser de todo o pensamento e ação, segundo a filosofia hindu. É neles que se encontram doutrinas fundamentais como a samsara (transmigração da alma) e do carma (a lei de causa e efeito de uma existência anterior na vida presente). Somam-se ainda à sua biblioteca sacra os Puranas, longas histórias alegóricas contendo muitos dos mitos hindus, e as famosas epopeias mundialmente conhecidas de RAMAIANA e MAA-BARATA.
AS DEIDADES HINDUS: Embora certas enciclopédias afirmem ser o Hinduísmo uma religião politeísta em vista de seus 330 milhões de deuses, aproximadamente, autoridades hindus rejeitam esse rótulo afirmando que a mesma é monoteísta. Isto se dá pelo fato do Hinduísmo crer numa espécie de fonte, essência ou alma suprema e universal, chamada BRÂMANE. Este ente impessoal e abstrato seria o criador do universo e o próprio universo (panteísmo). De Brâmane derivariam todos os três membros da trindade hindu, a TRIMÚRTI, formada por Brama, o Criador, VISHENU, o preservador, e SHIVA, o destruidor. Todos os outros milhões de deuses são considerados como manifestações desse ser único. As atividades desses deuses é cíclica, pois a cosmovisão hindu é um ciclo de criação e recriação. Brama cria o mundo e depois dormirá no oceano primordial. Durante seu sono de mais 4 bilhões e 300 milhões de anos, Shiva destrói a criação. É quando Brama desperta novamente surgindo montado numa flor de lótus a qual brota do umbigo de Vishnu e recria o mundo. O panteão hindu completa-se com as consortes dos três deuses da Trimúrti, suas emanações, manifestações e avatares. Brama é casado com Sarasváti. A esposa de Vixenu é Lacximi e a primeira esposa de Shiva foi Sati, a qual suicidou-se. Shiva agora tem outra esposa, conhecida por vários nomes e títulos. Em sua forma benigna, ela é Parvati e Uma, bem como Gauri, a dourada. Já em sua forma terrificante (maligna), ela é Durga ou Cali. Vixenu aparece sob dez avatares ou encarnações, incluindo Rama, Críxena e o Buda. Há outros deuses como Ganesa, o deus-elefante; Gangá, uma das esposas de Shiva e personificação do rio Ganges; Hanumã,o deus-macaco; Manasa, deusa das cobras; Nandi,o touro que conduz Shiva; Puruxa, uma espécie de homem cósmico e Rada, consorte de Críxena, entre outros.
O CONCEITO DE PECADO NO HINDUÍSMO: Não há um conceito de pecado original como no Cristianismo. Há a premissa de que as más ações de uma vida passada se refletem na vida atual (carma). Por conseguinte, não há nenhuma ofensa moral a um deus, mas sim o pecado, por assim dizer, do homem contra si mesmo o que delibera o seu destino numa próxima encarnação. A lei do carma foi incorporada por Allan Kardec na forma de espiritismo que ele codificou.
O CICLO DE REENCARNAÇÕES: Assim sendo, a ética hindu admoesta à prática de boas obras, como o conceito do AINSA, a não violência pela qual Mahatma Gandhi se celebrizou. O AINSA é a base para o vegetarianismo hindu e o respeito pelos animais, já que acredita-se que o homem pode até mesmo reencarnar num animal ou inseto. É a isto que se chama SAMSARA, a transmigração de uma alma em um ser inferior.
MOCSA OU NIRVANA: Seria então a libertação do ciclo de reencarnações, na qual o indivíduo alcançaria um nível tal de iluminação que seria absorvido pela alma universal, ou Brâmane. Sendo assim, o indiano não busca nem possui qualquer ideia de salvação da alma. Ele busca atingir o Nirvana.
O RIO GANGES: é considerado sagrado, pois segundo a mitologia hindu, o rio se origina da deusa Gangá. Trata-se de um rio altamente poluído por esgotos e cadáveres que são muitas vezes jogados como forma de purificar a alma que partiu. É incentivado ao hindu que se banhe pelo menos uma vez na vida nas águas do rio. Muitos levam os corpos de seus entes queridos para serem cremados em piras funerárias às suas margens. Os mais pobres, como não têm recurso para tal, simplesmente jogam o corpo no rio na esperança de encontrar para ele libertação e purificação, como falamos.
A DIVISÃO EM CASTAS: Apesar de ser atualmente proibida pelo Estado, o fato é que essa crença está entranhada nos costumes hindus. Ela origina-se dos mitos contidos no Rig-Veda o qual fala da divisão do corpo do Puruxa. Os brâmanes sacerdotais, a classe mais elevada viria de sua boca; a classe governante (xátria ou rajânia) viria dos seus braços; a classe mercadora e lavradora,chamada vaixá, teria vindo de suas coxas;a sudra, uma casta inferior, proveio dos seus pés. Há ainda os párias ou intocáveis, os quais vieram existir um tempo depois. Na verdade, essas castas são tanto sociais quanto raciais, pois quanto mais elevada a casta, há pessoas de pele mais clara, e quanto mais baixa, as pessoas são de pele mais escura.
Assim, vemos que espiritualmente o Bramanismo nada tem a oferecer de verdade a seus seguidores. Trata-se de mais uma religião aprofundada nas formas mais grotescas de idolatria e cegueira espiritual. Os indianos precisam assim conhecer a Pessoa sacrossanta de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas situam-se na famosa "janela10/40", uma das porções do mundo menos evangelizada e de mais difícil penetração de obras missionárias cristãs. Oremos por esse povo tão miseravelmente carente de salvação.
OBS1: O ato de cremar cadáveres é, pois uma cerimônia pagã que muitos pseudoscristãos praticam no Ocidente por ter sido adotado por estrelas de Hollyood. Tornou-se assim "fashion".
OBS2: "MANTRAS" são rezas que fazem uso de palavras ou termos que são repetidos como forma de adoração. Uma delas inclui 108 diferentes nomes para o Ganges ao qual eles chamam de "Gangá Má" (Mãe Gangá).
OBS3: O sistema de castas em associação com o ensino do carma leva os indianos ao fatalismo fazendo com que milhões de pessoas aceitem passivamente a miséria, o que seria merecimento por más ações numa vida passada.
O PECADO ORIGINAL NA TEOLOGIA MÓRMON
domingo, 14 de julho de 2019
EU SOU ELA
✍🏽Descrição:
As mulheres desempenham um importante papel ao longo da Bíblia. E a Bíblia conta a história de muitas mulheres. Algumas viveram próximas de Deus, enquanto outras voltaram as costas para ele. Algumas delas lutaram com Deus. Mas Deus agiu na vida de todas elas. Neste livreto você encontrará histórias que a Bíblia conta sobre essas mulheres extraordinárias. Você se identificará com elas e descobrirá: Essa mulher sou eu! Eu sou ela!
sábado, 13 de julho de 2019
quinta-feira, 4 de julho de 2019
O Derramamento do Espírito Santo Entre os
Judeus. texto clássico
de Atos 2.1-18.
E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?
Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia,
E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.
Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia.
Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos;
E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão;
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?
Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia,
E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.
Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia.
Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos;
E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão;
Nos anos 90, tive a oportunidade de expor o referido texto de Atos dos Apóstolos capítulo 2, no dia de Domingo, no chamado louvorzão da Antiga RCC.
O Pentecostes se trata de uma das três grandes Festas Anuais que os Judeus deviam comparecer.
E, todos os judeus deveriam se reunir na cidade de Jerusalém, local em que ocorriam essas Festas há muito tempo. Primeiro era precedida pela Páscoa e quatro meses depois pela Festa dos Tabernáculos. Pentecostes também era conhecido como “Festa das Semanas”, “Festa da Colheita” e o “Dia das Primícias” porque tinha a ver com os produtos da terra. Ele era celebrado no primeiro dia da semana e o nome significa“quinquagésimo dia” e era celebrado nesse dia depois do sábado da semana da Páscoa. Até aqui nós podemos observar que esse evento marca o nascimento da Igreja, porém, também marca o surgimento do que é conhecido no mundo pentecostal e neo-pentecostal como o derramar do Espírito Santo.
A ação do Espirito Santo, através do vento impetuoso encheu todo o local onde estavam sentados.
Podemos observar o vento que é um sinal do Espírito Santo e de sua ação. Assim, nós devemos nos lembrar de que Deus sendo invisível como o vento, ambos podem ser sentidos, mas, não vistos.
E, como Deus se manifesta através de seu Espírito, Ele não pode ser visto, mas, sentido.
Por isso, sem menos esperar, Deus se manifestou de repente entre eles nesse evento.
Por conseguinte, viram como se línguas de fogo, pousaram sobre os apóstolos.
“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Agora, nós podemos observar a manifestação do Espírito Santo que ocorreu com os apóstolos. Havia em Jerusalém, Judeus de todas as nações debaixo do céu, quer dizer que havia Judeus presentes não só da Judéia como de Judeus que haviam vindo de outras regiões do mundo conhecido na época como de parte da Europa, do norte da África e de parte da Ásia. Assim, isso só foi possível por causa de ser uma das três Festas ,“E, quando os apóstolos falavam, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua”. Eles passaram a falar da grandiosidade de Deus de forma que chamaram a atenção dos demais Judeus à sua volta porque eles estavam ouvindo os apóstolos a falarem de Deus em seus respectivos idiomas pátrios e não no idioma Aramaico, que era o idioma da localidade, de Jesus e dos apóstolos na época!
- Quero dizer que os apóstolos que falavam o Aramaico estavam neste contexto fenomenológico
testemunhando de Deus em outros línguas. E, nesse caso, dos Judeus que haviam vindo de outros países compreendiam o que era falado pelos apóstolos da Galiléia.
“E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são Galileus todos esses homens que estão falando?”.
Vemos aqui a atitude de surpresa dos Judeus que vieram de outros países ao mencionarem o fato de que os apóstolos eram Galileus e estavam falando em seus respectivos idiomas. Isso os deixou completamente perplexos porque em tais Festas, os Judeus estrangeiros é que deviam aprender ou falar o Aramaico para se deslocarem pela região e não o inverso. Porém, aqui nesse momento, eles é que estão ouvindo os apóstolos falarem em outras línguas ou nos idiomas dos Judeus presentes. E, isso é o que surpreendeu de fato os Judeus estrangeiros. Os Judeus estrangeiros ficam maravilhados ao ouvirem os Judeus Galileus ao falarem nos idiomas pátrios de cada um deles. “Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia. Nesse versículo vemos que são citados Judeus oriundos de quinze nações a partir da região onde os Judeus haviam sido levados em cativeiro tanto para a Assíria como para a Babilônia. É o caso da região dos Partos, Medos, Elamitas e os que viviam na Mesopotâmia. Em seguida, a lista mostra o caso dos Judeus que vieram da Judéia e da região da Ásia menor, Capadócia, Ponto e Ásia. “E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus”. O que podemos ver agora é uma menção interessante ao afirmar que Judeus de ponta a ponta de boa parte do mundo é citado, indo do Leste ou Arábia até o Oeste, Creta, e que se faziam presentes no momento. Porém, o mais importante aqui é verificar que eles maravilhados afirmaram que estavam ouvindo os apóstolos falarem em seus respectivos idiomas das grandezas de Deus a partir do derramar do Espírito Santo. “E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?”. Agora, nós podemos observar que esse fenômeno que ocorrera com as línguas em brasas que pousaram sobre os apóstolos fazendo-os a falarem das grandezas de Deus no qual os Judeus estrangeiros entenderam em seus respectivos idiomas, acabou fazendo com que alguns deles indagassem sobre como isso podia ser possível.“E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto”. O que vemos aqui é uma afirmação que não é de conhecimento a todas as pessoas hoje. Quando se afirma que parte dos Judeus acusaram os apóstolos de estarem cheios de mosto, o que eles afirmavam é que para eles, os apóstolos estavam bêbados. De fato, o mosto na época era o sumo ou suco das uvas que eram pisadas num local para depois fermentá-lo para se obter o vinho puro para consumo, e que era muito mais forte do que os atuais vinhos.
Então, Pedro tomando a frente levantou-se, e em seguida, ele se dirigiu a todos os Judeus e chamou a atenção para todos, tanto os que estavam maravilhados como os que passaram a acusá-los de bebedeira.“Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia”. Aqui, é possível observar que Pedro diz a todos que eles não estavam bêbados porque era a terceira hora, que na época era o mesmo que nove horas da manhã, já que a primeira hora era o período em que amanhecia. E, como os Judeus tinham que jejuar se mantendo sóbrios até a quarta hora, devido a essa Festa, essa afirmação não tinha sentido, e isso, era o que Pedro afirmava com convicção.
“Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:”. A partir desse momento Pedro cita a profecia que consta do livro do profeta Joel 2.28-32. - “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos
jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos;”. Vemos aqui o uso por Pedro do texto do profeta Joel 2.28 para os Judeus presentes.
O fato é que Pedro citou um dos profetas e não falou de si mesmo diante da acusação feita contra ele e os outros apóstolos.
- “E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão". Pedro relembra aos Judeus presentes que essa profecia se cumpria nesse momento e eles eram testemunhas desse acontecimento. Assim, não deveriam criticar, mas, alegrarem-se com a ação de Deus nessa grande Festa.
Nota: Eu, particularmente não confundo o derramamento do Espírito Santo em Atos 2, com dom de línguas desconhecida (estranhas), linguagem espiritual, que quem fala edifica-se a si mesmo, e ninguém entende porque em espirito fala em mistérios. O Apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 14, descreve os critérios do uso do falar em línguas estranhas, e que poucos seguem as referidas orientações de Paulo. O que vemos é uma verdadeira balburdia e manifestações hipócritas de algaravias estáticas. Sabe-se, que muitas denominações, intitulam os chamados falantes de línguas estranhas de xamã espirituais. Criar-se os chamados abusos espirituais; pois quem não fala em línguas estranhas é menos espiritual do que os que falam. Esquecem dos demais "Dons", que também é ação do Espirito Santo de Deus. O xamã espiritual virou para muitos evangélicos um intermediário entre Deus e os homens. Assim, adota-se, num meio que tanto critica a doutrina Romana pela devoção a santos e ao papa, uma de suas práticas mais combatidas. Os católicos, pelo menos, elegem como referência figuras históricas nobres, que marcaram sua época por comprovados gestos de altruísmo e serviço ao próximo. Os evangélicos, em contrapartida, estão sendo encantados pela idolatria de imagens baratas dos pseudos xamãs.
Complemento: Números 11:11-17; 1 Samuel 10:10-13; Marcos 16:17; Isaías 28:11
Palavras Chaves: Glossolalia; Xenolalia
quarta-feira, 3 de julho de 2019
🌹A Bíblia x Ciência.
↪️Antes do Desenvolvimento Espacial a Bíblia era considerada como um mito. No entanto, hoje a ciência mostra que a Bíblia é verdadeira. 3.500 atrás, o conceito do universo na idade do bronze estava distante da verdade. Cada povo tinha seu próprio conceito do universo. O conceito do universo dos antigos índios. Conceito do universo dos antigos Sumérios. As pessoas antigas não podiam sequer imaginar que a terra está suspensa no espaço. Mesmo assim, o Livro de Jó escrito 3.500 anos atrás, na mesma idade do Bronze, menciona o conhecimento que a astronomia moderna obteve. 📌Jó 26:7 ".... faz pairar a terra sobre o nada." ( A terra está suspensa sobre o nada)
A Bíblia descreve a Terra como se fosse tirada uma fotografia de um satélite. A datação por radiocarbono prova que o livro de Jó foi escrito 3.500 anos atrás na idade do Bronze. Surpreendentemente, o conhecimento da astronomia moderna foi registrado no Livro de Jó escrito na idade do Bronze. Nesta época moderna, é um conhecimento comum que a Terra flutua no universo. Mas, será que isso era comum na idade do Bronze? Até 1687, quando Isaac Newton descobriu "a Lei da Gravitação Universal" e provou que a terra flutua no universo, as pessoas não acreditavam nas palavras da Bíblia: " A terra está suspensa sobre o nada". Mas, ao passo que a ciência se desenvolve, ficou provado que os registros da Bíblia são verdadeiros. A Bíblia também registrou a Translação do Sol 3.000 anos atrás, 📌Salmos 19:5-6 "..." o qual (o Sol), como noivo que sai dos seus aposentos,"Se regozija como herói, a percorrer o seu caminho,"principia numa extremidade dos céus, e até á outra vai o seu percurso...." No entanto, é no século 20 que a humanidade descobriu que o Sol gira em torno do centro da galáxia. " O sol gira a uma velocidade de 250 km/s." Devido ao desenvolvimento da ciência, ficou provado que a Bíblia é verdadeira. 3.500 anos atrás, a Bíblia descreveu corretamento o interior da terra, 📌Jó 28:5 "... Da terra procede o pão, mas por baixo é revolvida como por fogo." É um conhecimento básico das geociências que há um ardente lago de fogo debaixo da terra onde estamos. Porém, até o século 19 as pessoas consideravam as palavras de Deus de que há um lago de fogo dentro da terra, como um absurdo. Isso porque a estrutura interna da terra foi descoberta no século 20. O Geofísico Andrija Mohorovici´c (1857-1936), descobriu o manto da terra em 1905 por meio de ondas sísmicas. Geofísico Beno Gutenberg (1889-1960), descobriu o núcleo externo da Terra em 1930. A Geofísica Inge Lehmann (1888-1936), descobriu o núcleo interno da terra em 1936. Assim a ciência moderna prova que a Bíblia é verdadeira. 3.500 anos atrás, ninguém conhecia o ciclo da água. Mesmo assim, na Bíblia escrita 3.500 anos atrás, se registrou o ciclo da água. 📌Jó 36:27-28 "...porque atrai para si as gotas de água que de seu vapor destilam em chuva,"a qual as chuvas derramam e gotejam sobre o homem abundantemente." Há três fases do ciclo de água: Evaporação, condensação e precipitação. A energia solar evapora milhões de toneladas de água da superfície dos oceanos e rios. Quando este vapor se condensa e forma nuvens, e quando estas nuvens de vapor colidem entre si e se convertem em gotas de água, então chove.
O ciclo da água não era conhecido até os séculos 16 e 17, quando Pierre Perrault e Edmundo Mariotte o descobriram através de experimentos. Os registros da Bíblia são verdadeiros. Nota: Através da ciência grandes cientistas da historia ficaram absolutamente convencidos de que Deus existe.
📍"Este magnífico sistema do sol, planetas e cometas poderia somente proceder do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso. E, se as estrelas fixas são os centros de outros sistemas similares, estes, sendo formado pelo mesmo conselho sábio, devem estar todos sujeitos ao domínio de Alguém; especialmente visto que a luz das estrelas fixas e da mesma natureza que a luz do sol e que a luz passa de cada sistema para todos os outros sistemas: e para que os sistemas das estrelas fixas não caiam, devido à sua gravidade, uns sobre os outros, ele colocou esses sistemas a imensas distâncias entre si." - Isaac Newton -
terça-feira, 2 de julho de 2019
🌹As Cruzadas vistas pelos ÁRABES.⤵️
“Foi num sexta-feira (…) que os franj se apossaram da Cidade Santa, após um sítio de quarenta dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espalham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas.
Dois dias depois de cessada a chacina não havia mais um só muçulmano do lado de dentro das cidades. Alguns aproveitaram-se da confusão para fugir, pelas portas que os invasores haviam arrombado. Outros jaziam em poças de sangue (…). Os últimos sobreviventes forçados a cumprir a pior das tarefas: transportar os cadáveres dos seus, amontoando-os, sem sepultura, nos terrenos baldios para depois queimá-los.”
Este é um trecho do livro As Cruzadas vistas pelos árabes, escrito por Amin Maalouf, publicado na França em 1983 e anos depois no Brasil. O exemplar que comprei num sebo é da quarta edição brasileira, de 1994, da Editora Brasiliense.
Franj, no caso, eram os cristãos ocidentais, os cruzados, tratados como heróis em seus países de origem, mas considerados pelos rum (bizantinos de rito grego) e pelos muçulmanos um povo bárbaro, inculto e cruel.
Um dos exemplos de comportamento “cristão” dos cruzados pode ser o de Ricardo Coração de Leão, inglês, tão glorificado na literatura ocidental. Nas várias Cruzadas, algumas cidades foram tomadas pelos cristãos ocidentais e depois retomadas pelos muçulmanos, tomadas de novo pelos cruzados… Quando Saladino tomou a cidade de Aleppo, que estava nas mãos dos cruzados, permitiu que os derrotados saíssem, levando inclusive suas riquezas. Retomada por Ricardo Coração de Leão, em vez do comportamento humanista de Saladino, nossos bons cristãos promoveram uma matança geral, de homens, mulheres e crianças. E isso se repetiria em Jerusalém, a “Cidade Santa”, e outros lugares.
Desunião muçulmana
Xiitas e sunitas são duas correntes religiosas muçulmanas viviam (e vivem) numa desunião total. Brigam mais entre eles do que com seus inimigos.
Lendo esse livro, vi que a coisa é antiga.
Fora a disputa entre xiitas e sunitas, havia a desconfiança mútua até entre parentes poderosos. Por exemplo: quando chegou a primeira Cruzada à Síria, em 1096, havia um rei de Aleppo e outro de Damasco que eram irmãos. Mas se odiavam totalmente. E se destruíam mutuamente, em vez de combater o inimigo invasor.
Às vezes, algum líder muçulmano chamava outros líderes, inclusive irmãos, primos e tios que reinavam em certas regiões, para a jihad, a guerra santa contra os invasores “infiéis”, e parecia que haveria uma união contra o inimigo comum, mas logo algum desconfiava que o outro ia ficar com mais poderes, conquistar seu reino, e a coisa desandava.
Quando, enfim, algum líder conseguia unir uma região, como aconteceu com Saladino, havia paz interna e prosperidade, além de condições de enfrentamento dos invasores. Mas os líderes um dia morrem… e aí havia sempre uma guerra de sucessão, divisão do reinado e por aí vai. A briga pelo poder enfraquecia todos e abria espaço para a perda de cidades e regiões para o inimigo invasor.
Essa, reconhece Amin Maalouf, era uma “enfermidade” dos árabes. Eles não conseguiam criar instituições estáveis. Enquanto os franj conseguiam criar verdadeiros Estados, em que a sucessão dos governantes ocorria geralmente sem choque, nos Estados muçulmanos toda monarquia era ameaçada com a morte do monarca, toda transmissão de poder provocava uma guerra civil.
Comandos suicidas
Uma coisa muito interessante nesse livro é a história de como surgiram os comandos suicidas, no estilo desses homens-bombas que agem feito doidos nos dias de hoje.
Na cidade de Rayy, perto de onde depois seria fundada Teerã, nasceu Hassan as-Sabbah, por volta do ano 1048. Segundo a lenda, era um sujeito culto, e companheiro inseparável do poeta, matemático e astrônomo Omar Kahyyam.
Hassan era da doutrina dominante na Ásia muçulmana daquele tempo, o xiismo. Mas na juventude dele, os sunitas tomaram o poder e os xiitas passaram a ser apenas tolerados. Ele se insurgiu contra essa situação e, em 1071, foi para o Egito, onde encontrou muitos fundamentalistas religiosos que se identificavam com ele. Formaram um grupo com a ideia de conquistar o califado xiita local e vingar-se dos opositores.
Nizar, o filho mais velho do califa tornou-se chefe do grupo, mas o ideólogo era Hassan, elaborador de um plano minucioso para tomada do poder.
Em 1090, o grupo tomou a fortaleza de Alamur (“ninho da águia”), num lugar praticamente inacessível de montanhas próximas ao mar Cáspio e ali passou a organizar grupos político-religiosos muito eficazes e com um espírito de disciplina inigualado. Hassan se instalou nessa fortaleza e nunca mais saiu dali. Por isso ficou conhecido como “o homem da montanha”.
Os adeptos, segundo conta Amin Maalouf, eram classificados segundo seu nível de instrução, confiabilidade e coragem. Faziam cursos intensivos de doutrina e treinamento físico. O método escolhido para implantar o medo nos inimigos era o assassinato, e a arma preferida, o punhal. Militantes eram mandados, individualmente ou em pequenos grupos, para matar pessoas escolhidas. Geralmente eles se disfarçavam de comerciantes ou ascetas, estudavam minuciosamente e em segredo a vida das suas vítimas, mas o assassinato tinha que ser diante do maior número de pessoas possível, por isso era quase sempre ao meio-dia de sexta-feira, quando as mesquitas estavam cheias. Matavam o sujeito na frente de todo mundo.
Isso era para que o castigo do infiel ficasse bem visível, assim como o sacrifício de quem o cometeu, porque sendo diante de grande público, geralmente ele era pego e morto. Os executantes eram chamados de fedai, quer dizer, “comando suicida”.
Por causa da serenidade com que essas pessoas topavam fazer essas ações, deixando-se massacrar em seguida, acreditava-se que eles eram drogados com haxixe, então eram chamados de haschichischiyun ou haschaschin, palavra que virou “assassino” em muitas línguas ocidentais.
O primeiro assassinato da seita denominada Assassinos foi em 1092, e a vítima foi o vizir Nizam el-Mulk, que durante trinta anos organizou um império sunita. Médicos, ourives, gente de todos os calibres da seita dos Assassinos se infiltravam na cúpula do poder para cometer seus crimes.
Hassan as-Sabbah morreu em seu reduto em Alamur, em 1124, mas sua morte não diminuiu a gana dos Assassinos. Ao contrário, recrudesceram ainda mais, ganhando a antipatia geral dos muçulmanos, fossem eles sunitas ou xiitas.
Em muitos momentos houve verdadeiras caçadas a eles em algumas cidades, mas a fortaleza nas montanhas continuavam firmes, e dali partiam ordens para mais e mais assassinatos.
Somente em 1257, os mongóis de Gengis Khan (já morto), comandados pelo seu neto Hugala, conseguiram tomar a região. Mas não conseguiram acabar com a seita dos Assassinos.
Há quem acredite que essa seita exista até hoje. Pode ser que não, mas devem ter inspirado grupos e seitas atuais, que têm o mesmo fanatismo e o mesmo estilo, adaptado aos novos tempos. Os comandos suicidas continuam atuantes e temidos. Há uma diferença entre os de hoje e os daquele tempo: na época, os assassinatos eram bem seletivos, tinham como alvo figuras importantes, como generais e reis, e procurava-se não atingir a população comum, enquanto os atentados de hoje, com bombas, armas de fogo ou seja o que for, fazem um monte de vítimas que nada têm a ver com a história.
O que me espanta é que o criador desse estilo de ação foi um homem culto, devotado à ciência, amigo inseparável do grande sábio Omar Khayyan!
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